terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Random notes

-Nada me incomodava naquilo. Mas actualmente repugna-me. Considero uma aberração, seres que poderiam ser erradicados da face do planeta. Detesto-vos! Seres asquerosos! - Mais uma recaída de Eva.
- Eva, sabes que no fundo não é neles em quem incide a culpa. Ninguém o chamou, ninguém o aliciou. São eles os procurados. Quem te viu e quem te vê Eva... mantém a tua essência, não permitas que isso te abale mais. Já foi. - No entanto, ela continua na sua luta eterna, tentando apaziguar uma mágoa disfarçada de ódio. Mas não sei se se libertará alguma vez desta sombra incómoda.

- Andamos sempre nisto, Alice. Uma a amparar a outra. A mim apeteceu-me ligar-lhe, mas apaguei o número. E apetece-me dizer-lhe tudo com todas as letrinhas de como me sinto magoada, revoltada! - E a mim revolta-me vê-la assim. Como quando essa sombra me aparece pela frente, eu sorrio, falo normalmente, mas que só me apetece exterminá-los a todos. Apetece-me gritar-lhe, sem nada dizer. Só gritar. Quero que esta necessidade de esquecimento do "Porquê?" de Eva se torne real de uma vez por todas.
Olho-a com um sorriso terno e abraço-a carinhosamente:
- O esquecimento por vezes concretiza-se, Eva. Esqueces o que aconteceu cada vez que lhe vês um sorriso, cada vez que ele te admira, cada vez que ele demonstra o amor que nutre por ti. Aí esqueces tudo. Tu que querias ligar e acabaste por apagar o número, tu que queres gritar e acabas por lhe sorrir e amar de volta... - E pisco-lhe o olho. Suspiro. Saio para fumar um cigarro. Eva vem a saltitar atrás de mim. Sempre linda esta miúda. Mesmo com tantas dúvidas parece sempre andar optimista.

Olho para o céu, não entendo nada. Não sei como perdi o controlo desta maneira. Desde aquele dia que toda a minha estória com ele passa diante dos meus olhos, em loop. Eva parece compreender.

- Lembras-te como tudo começou? Foi lindo, não foi? Sempre que o recordo é como se me apaixonasse novamente, uma e outra vez. - E suspira. Sorrio-lhe de volta. - Lembro-me de todos os sorrisos e de todos os abraços quentes e acolhedores. E continuo a acreditar que esses pequenos gestos não são fingidos, Alice. É impossível fingir-se por tanto tempo. Não pode ser...
Percebo para onde está aquela mente a divagar. Opto por a distrair. As boas lembranças ajudam a evitar as más.

- Eva, lembras-te quando me ajudaste a arranjar-me? Quando invadiste o meu closet e te puseste a conjugar saias com camisas, vestidos com casacos? Deixaste uma trapalhada atrás de ti, mas até correu bem, não foi? - Eva olha-me e sorri. O seu semblante fica de imediato mais leve. Conto-lhe então o que aconteceu nesse fim-de-semana. Em como me senti segura, inatingível, poderosa. Em como o seduzi entre as minhas pernas longas com sapato de salto alto.

Eva ri-se, de olhos a brilhar, feliz por me ver a tomar as rédeas novamente como "só eu sei fazer" - diz ela. E começa a cantarolar e a dançar à minha frente:


She's just a girl, and she's on fire
Hotter than a fantasy, longer like a highway
She's living in a world, and it's on fire
Feeling the catastrophe, but she knows she can fly away...!

2 comentários:

R disse...

Missed reading you!!

Beijo.

Wonderland Alice disse...

Boa filha a casa torna. :)

Beijo, Eros.

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