terça-feira, 12 de junho de 2012

Same old

Espreguiço-me, embora não pelos motivos que ambos conhecemos. Espreguiço-me ao deixar fluir para fora de mim toda esta inércia, esta apatia, esta letargia que se apoderou de mim. Espreguiço-me para que outros sentimentos tomem lugar, o meu brilho, o meu sorriso, a minha energia, a minha determinação.
Sim, sou bastante determinada. Traço objectivos com frequência já que, correndo o risco de não haver ninguém do meu lado, vão ser essas pequenas vitórias que me vão dar energia para continuar. Para querer, desejar mais e melhor para mim.
"O que um não quer, dois não fazem" - Foi das expressões por ti proferidas que mais me marcaram e de facto concordo plenamente. Isto de remar constantemente contra a maré é cansativo, aborrecido e não leva a lugar algum. Por isso deixo de o fazer. Sim, desisto. Não detecto em ti a mesma importância que atribuo ao mesmo assunto, à mesma situação. Detecto aliás extremos opostos e... não quero isso para mim.
Posso chorar, gritar, desfalecer, mas se há alguém habituada a isso - não duvides - sou eu. "Bate forte, mas passa depressa" disse-me alguém outrora. No meu caso além de bater forte, passa horrivelmente devagar, mas não me derruba. Nada nem ninguém me derruba. Sou como aquelas frases feitas de Facebook "Algo frágil parte facilmente, mas também corta" ou "Derrubaste-me? Então antes que eu me levante, começa a correr". A mágoa é atroz, mas também faculta uma força imensa. E já que preferes ficar resguardado para te protegeres do que tu mesmo provocas em vez de provares o que realmente vale a pena, que assim seja.
Eu nada te tenho a provar, sabes de tudo. E nada tenho a relembrar, pelo que ficarei no silêncio. Sim, podes reclamar, ameaçar à vontade. Tanta vez o fazes, que começo a ficar imune. És como uma vacina, vírus e antídoto juntos = imunidade. Estarei por aqui, mais concentrada no meu trabalho, mais empenhada no meu palácio e na minha descendência. Irei ouvir a minha música, dançar com ela, rir muito. Irei retomar a arte nas minhas mãos, já que deixei tanta coisa para trás em vão. Já que abdiquei de coisas vitais à minha sobrevivência e agora terei de passar sem elas, a bem ou a mal.
A culpa não é tua porém. Regressei aos meus tempos primordiais de Alice menina, que caiu num mundo de fantasia. Mas agora acordei e regresso lentamente à realidade crua. Nada de comparações ou sacos comuns. O julgamento é feito de forma simples e sucinta. Julgadas muitas palavras, poucas acções, demasiadas mágoas e ausências, poucos sorrisos e presenças. Nada mais.
O sol brilha novamente amanhã, mesmo que escondido pelas nuvens. E quando estas dissiparem, cá estarei eu a absorver toda a sua energia, a sorrir de olhos fechados e rosto sereno, com os meus cabelos de ouro a esvoaçarem com a brisa suave do final de Primavera.

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